Recessão, desemprego e arrocho salarial são instrumentos perversos premeditados
Nas eleições, a direita promete mais empregos e mais salários. Depois de eleita, governa contra os trabalhadores, contando para isso com o apoio da imprensa e do judiciário.
Os metalúrgicos de Curitiba, tão combativos quantos os metalúrgicos do ABC paulista, estão sendo obrigados a aceitar propostas que cortam benefícios como forma de manter empregos. Isto é uma maneira de as empresas chantagearem os trabalhadores, obrigando-os a perder benefícios e ainda terem que aprovar estas perdas em assembleias.
Vejam as notícias do Paraná:
Metalúrgicos votam proposta para pôr fim à greve na Renault
Provável acordo inclui flexibilização e metas para quatro anos
Publicado: CUT 11 Agosto, 2020 - 10h04
No 20º dia de greve, nesta segunda-feira (10), os trabalhadores da Renault em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, ficaram mais perto de encerrar o movimento.
Eles aceitaram votar proposta de acordo negociada no sábado entre o Sindicato dos Metalúrgicos e a empresa, que inclui reintegração dos 747 demitidos – de um total aproximado de 7.300 – e abertura, até o próximo dia 20, de um Programa de Demissões Voluntárias (PDV).
O acordo, que tem metas para quatro anos, inclui várias medidas de flexibilização.
A proposta será votada em sistema virtual até as 14h de amanhã (11) ou até atingir 80% dos trabalhadores. Se aprovada, o retorno ao trabalho ocorrerá na quarta-feira (12), com exceção dos 747 readmitidos. Estes aguardarão em casa até o fim do PDV. Os dias parados serão pagos agora e descontados, um por mês.
“Apesar de difícil, conseguimos estabelecer uma negociação e construir uma proposta que garantisse a readmissão dos trabalhadores e um compromisso de manutenção dos empregos. Para que fosse possível, apresentamos diversas alternativas que possibilitam tanto os empregos como as demandas da empresa”, afirmou o presidente do sindicato, Sérgio Butka.
Abono e redução de jornada/salário
O acordo prevê medidas como as previstas, por exemplo, na Lei 14.020, que se originou da Medida Provisória 936. Possibilita também implementação do lay-off, por fábrica ou setor, por até oito meses, com garantia de 85% do salário líquido. Pode haver redução de jornada ou salário por até seis meses, com 85% da remuneração bruta.
Outro item é o programa de participação nos resultados (PPR), com fixação de valores para os próximos quatro anos e estabelecimento de volume de produção. Na data-base deste ano e de 2021, haverá abono em vez de reajuste. Os reajustes pelo INPC serão aplicados em 2022 e 2023.
Segundo o sindicato, caso se garanta a vinda de um novo produto, poderá haver terceirização de 175 vagas por turno a partir de 1º de setembro de 2022.
A tabela salarial terá redução de 20% para novos contratados.
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