Quatro volumes de tragédias, que se repetem...
Ler os quatro volumes do livro "A História da Primeira Guerra Mundial", de autoria do historiador e professor David Stevenson é tomar um banho de informações, muitas delas que a gente está vendo pela primeira vez...
Como o clima no Brasil é de duas guerras simultâneas, uma contra o virus e os milhares de mortes, e a outra é a guerra declarada pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, contra o povo brasileiro, contra a imagem do Brasil a nivel internacional...
Por enquanto, estamos perdendo nas duas...
Hoje morreram mais de mil brasileiros, e ficamos sabendo de amigos e parentes que se contaminaram e outros que morreram... tudo em função da ausência do governo federal...
Hoje, além de poder ler os jornais sobre a concordata da LATAM, pudemos dar uma olhada nas notícias sobre o Rio de janeiro... 1 - a PF, a pedido dos amigos do presidente, está investigando a família do governador do Rio; 2 - ficando sabendo da notícia de que uma senhora foi assaltada num estacionamento de um supermercado; 3 - o presidente diz agora a PF começou a funcionar; 4 - os policiais do Rio mataram um jovem adolescente ao atirar indiscriminadamente numa casa...
Se estas guerras atuais que enfrentamos no Brasil são chocantes, imaginem como foi a primeira guerra mundial.
1 - Cada batalha morriam centenas de milhares de cada lado,
2 - jovens universitários, como voluntários, morriam com seus sonhos de liberdade e de defender sua pátria;
3 - conviveram com a gripe espanhola que matou tanto quanto a guerra;
4 - por demorar vários anos, muitos morreram por doenças e alimentação estragada;
5 - navios mercantes e navios de guerra eram bombardeados e seu tripulação morria aos milhares;
6 - os dois lados usaram bombas de gás contra as pessoas;
7 - a guerra começou, aparentemente, por birra, mas virou uma guerra mundial...
Alguns aspectos mais sutis, porém, tão importantes como os fatos:
1 - É vergonhoso quando lemos quais eram os objetivos de cada país para a guerra, breve vou relatar alguns exemplos...
2 - É muito curioso como os filmes e os livros são usados para reforçar imagens negativas de um povo ou de seus exércitos.
2.1 - "os italianos são ruins de guerra", mas ninguém registra que o império mais importante do mundo ocidental foi o Império Romano, que serviu de base para a cultura, o direito, as guerras, e língua falada. Além das massas, do povo bonito e alegre...
2.2 - O mesmo acontece em relação aos franceses. A imagem passada é que, sozinhos, eles perdem sempre, principalmente se a guerra for contra os alemães... Pouco se fala das Guerras Napoleônicas...
2.3 - Em relação aos alemães, sempre se passa a imagem de que eles são bárbaros, violentos por formação e só pensam em dominar o mundo...
2.4 - Quanto aos japoneses, a imagem é que são imperialistas por formação e oportunistas, negociando cada guerra conforme seus interesses, é como no futebol que se diz "vira casaca"... só querem levar vantagem...
2.5 - Os russos, ah, os russos, além de blefadores, Lênin é visto como oportunista, que só pensava em ficar no poder. Mas quem conhece a história da Rússia, sabe que eles tiveram mais vitórias que derrotas.
3 - Em relação ao resultado da guerra, a impressão que ficamos é que todos perderam, mas, houve alguns sucessos relevantes, por exemplo, foi o período final das monarquias imperiais e o crescimento das democracias parlamentar, com presidentes e primeiros ministros substituindo os reis. Como o processo foi mal resolvido, o principal resultado foi que, poucos anos depois, começou outra guerra mundial que repetiu tudo que aconteceu na primeira, de forma muito mais violenta e matando muito mais gente.
Conclusão:
A primeira guerra abriu caminho para a segunda guerra mundial, que deixou como resultado uma Guerra Fria, que deu lugar a uma "Guerra Invisível"...
Esta guerra invisível, que os governos dos países ricos preferem ditaduras servis à democracias autônomas, combinada com as pandemias e com a capacidade destrutiva das bombas atômicas, pode agilizar o nosso fim, como espécie. Ou o fim do Planeta Terra.
Alguns cientistas dizem que os humanos são metade racionais e metade irracionais. Que o homem continua a ser o lobo do homem.
Ainda temos muito o que aprender sobre a vida, sobre a individualidade e a coletividade, sobre o que é liberdade e o que é segurança. Precisamos refletir muito sobre as formas de governos e de sociedades. A ONU perdeu sua importância, mas devemos pensar em consolidar espaços coletivos de troca de experiências e de troca de conhecimento.
Só sei que, ao final de quatro volumes sobre a primeira guerra mundial, recluso na quarentena por causa do virus, não sei o que é mais difícil: enfrentar o virus ou enfrentar a violência humana...
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