Articulações tem nome e endereço...
A crise intensificou a paranoia do presidente do Brasil. E
este, sentindo-se desautorizado, desacreditado e traído pelo governador de São
Paulo, que dependeu de Bolsonaro para ser eleito, provocando uma ampliação da
crise, deixando de ser uma crise de pandemia com um inimigo invisível para
também ter uma profunda guerra política onde os adversários tem nome e
endereços bem conhecidos..
Vejam este caso em São Paulo...
‘Primeiro tem que
preservar a vida, depois a economia’, diz Meirelles
Jornal Valor – 25/03/2020 – Malu Delgado
Como secretário da Fazenda do Estado
mais rico do Brasil, Henrique Meirelles tem trabalhado cerca de 18 horas por
dia em São Paulo.
Ainda não fez o teste da covid-19, e
diz que está se sentindo bem, isolado, tomando as devidas precauções. Em
entrevista ao Valor, via Skype, ele nega que a tese do Estado
mínimo tenha caído por terra nesta crise do coronavírus e defende a necessidade
de manutenção da austeridade fiscal e do teto e gastos.
Porém, o também liberal, assim como o
ministro da Economia, Paulo Guedes, afirma, sem titubear, que a prioridade,
agora, é a saúde pública e a preservação de vidas. Por isso, o governo federal
precisa, sim, aumentar gastos, investir o colchão do BNDES, do Banco do Brasil
e da Caixa Econômica Federal.
Meirelles defende uma ampla
coordenação nacional, em três eixos; saúde, economia e abastecimento. Caberia a
Jair Bolsonaro fazer essa coordenação, o que ainda não ocorreu, reconhece
Meirelles.
O secretário tem participado de
reuniões frenéticas, com todos os titulares da Fazenda estaduais, e está sendo
definida a regra de distribuição dos recursos federais, para se evitar guerra
fiscal e confrontos.
“Estamos todos no mesmo barco”,
sustenta, pedindo um entendimento nacional.
A entrevista foi interrompida em três
momentos para Meirelles participar de reuniões de emergência.
Uma delas tinha como objetivo fazer
um detalhado remanejamento do orçamentário estadual, definindo cortes de
custeio em todas as áreas da administração. O resultado é que R$ 2,5 bilhões de
despesas de custeio serão cortadas para investir no combate à pandemia.
Além
disso, o Estado vai aplicar na saúde mais de R$ 7 bilhões que economizará com a
suspensão do pagamento de parcelas da dúvida com a União. A queda de receita no
Estado, estima Meirelles, poderá chegar a 15%, mas o momento é tão imprevisível
que ele evita números.
O governo federal, prega o
ex-ministro, tem que pagar salários de trabalhadores formais e, no caso dos
informais, deve dar um auxílio mensal. Ele acha razoável a União bancar até 80%
de salários de trabalhadores formais em setores econômicos que não podem ser
desestabilizados.
Sobre o corte de salários e redução
de jornada, acha que não podem ultrapassar 30%. Os vulneráveis precisam da rede
de proteção social, aos moldes do Bolsa Família, com pagamento mensal, defende.
São situações distintas e é preciso que o governo enderece cada uma deles com o
diagnóstico correto, números transparentes e ações eficazes, sentencia o
ex-presidente do Banco Central.
Nota do Editor do Blog:
"Estamos todos no mesmo barco", todos concordamos, mas as soluções podem ser diferentes ou iguais, conseguidas em comum acordo, ou por imposições. Ou ainda dando rasteiras em aliados, como tem sido a prática da política no Brasil.
Precisamos aprender a praticar a Democracia. E democracia, só se aprende praticando.
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