E se a crise com o virus demorar para acabar?
Todos estamos fazendo sacrifícios, mas, somos capazes de
conviver por quanto tempo fazendo sacrifícios? How long....? Quanto tempo?
Olhamos os noticiários nos jornais, rádios e TVs e, em vez
de aliviados, estamos ficando confusos. Por que será?
As mortes estão chegando perto de nós...
1 - Já recebemos mensagens contando deste ou daquele amigo
ou amiga que faleceu por causa do virus;
2 - Como pode ter morrido em função do virus a nossa querida
regente do Coral da Osesp? Com aquela presença marcante, baixinha, sorridente e
tão perseverante? E o outro músico, regente experiente, também foi vítima do
virus. Por que não foram socorridos antes?
3 - Hoje a notícia é do treinador de esgrima, o
russo-brasileiro, que foi aos Estados Unidos e voltou contaminado. Foi isto?
4 - E o contaminado residente num condomínio no Brás. Como
ficam os espaços coletivos do condomínio? De repente, os espaços objetos de
tanta propaganda das construtoras ficaram inviáveis, indisponíveis, e os
moradores terão que ficar reclusos nos seus 30 ou 40 metros quadrados.
Engaiolados?
5 - E os cachorros e gatos, os pets, nova moda para a nova
classe média que, em vez de filhos, têm gatos e cachorros com nome de gente e
são chamados de filhinhos e filhinhas. Inclusive custam mensalmente bem mais do
que qualquer criança moradora da periferia ou de favelas?
6 - E o lazer que praticamos nos parques está suspenso; os
cinemas que distraem os idosos, estão vazios e os idosos tristes e
encabrunhados, proibidos de ir à padaria e ao supermercado?
7 - E os avós que não podem chegar perto dos netos? Como os
netos estão sentindo isto? Que praga é esta? Será castigo divino?
8 - Por falar em divino, como utilizar sem comprometer a
saúde, os espaços dos templos religiosos? Em vez de grandes concentrações,
serem espaços para abastecer e cuidar das pessoas solitárias ou carentes?
9 - Como utilizar os espaços físicos ociosos como clubes,
salões esportivos, salões de entidades sindicais, etc?
10 - Como ajudar as comunidades a se organizarem? A Folha
tem mostrado as iniciativas do pessoal da favela Paraisópolis, em São Paulo.
11 - Como podemos ser solidários com o pessoal que está
trabalhando enquanto a maioria da população está de quarentena, ou reclusão
forçada? Este pessoal também tem
famílias e pets, tem jardins e precisam de repouso.
12 – Além da ameaça do virus, temos a ameaça da falta de
dinheiro. Uns por que estão desempregados, outros por que são trabalhadores
avulsos, autônomos ou terceirizados e só entra dinheiro na conta quando tem
trabalho realizado – se não tem trabalho não tem dinheiro – este drama tende a
se alastrar e ser mais destruidor do que o próprio virus...
13 – Qual é o papel do governo em relação a renegociação das
dívidas – tanto das pessoas como das empresas?
14 – Como garantir o reabastecimento do comércio? Já
convivemos com a falta de muitos produtos básicos como álcool, papel higiênico
e toalhas?
15 – Um apelo muito comum que todos estão fazendo: Políticos
e governos NÃO devem atrapalhar o trabalho dos profissionais... Chega de entrevistas que servem mais como
marketing eleitoral do que providências relevantes contra o virus.
16 – Que sejam evitadas disputas entre ministério público,
prefeitos, governadores e presidência. Que o judiciário tenha bom senso e não
atrapalhe.
17 – Que a programação na televisão tenha mais filmes e
programas leves, em vez de tanta violência.
18 – A morte e as contaminações estão chegando ao interior
de São Paulo e outros Estados. Onde estaremos seguros? Se formos para sítios ou
cidades pequenas, teremos mais chances de não ser contaminados?
19 – Ainda não li ou vi nenhum estudo que convença sobre o
por que tem muito mais morte no estado de São Paulo do que nos demais Estados?
20 – Estas perguntas podem nos ajudar a diminuir a tensão no
relacionamento com outras pessoas. Excesso de limpeza, trombadas em espaços
pequenos, ficar o tempo todo carregando o celular para ver milhares de coisas
boas e bobagens que nos enviam?
Duas ou três semanas de clausura, home office, solidão,
passividade diante da tv, divergências políticas e religiosas, falta de
dinheiro e de mantimentos em casa. E as pessoas começam a brigar entre si...
Estamos ficando todos loucos, como virus ou sem.
O que é pior? E se a epidemia demorar?
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