Nas épocas de crises, quem pode vai embora
Muita gente está discutindo com os familiares, como passar um período no exterior até ver como ficará o Brasil com este novo governo autoritário, ameaçador e que não tem a Constituição como referência.
Hoje, ao ler no caderno2, do Estadão, uma reportagem de página inteira sobre Lina Bo Bardi, dei de cara com uma frase que tem muito a ver com a realidade brasileira atual:
"Eu deixei a Itália porque descobri que a Itália era uma país para ser deixado", escreveu a arquiteta Lina Bo Bardi em 5 de setembro de 1967, mais de 21 anos depois de ter trocado seu país natal pelo Brasil.
Leiam a bela reportagem escrita por Edison Veiga, especial para o Estadão/Milão.
Migrar nem sempre é fácil.
Sair da sua terra natal, deixar sua família, deixar seus amigos, sua cidade, sua cultura e seu país, na maioria das vezes acontece porque seu referencial está ameaçado. Por exemplo: região vulcânica, guerras, enchentes, terremotos, desemprego e ameaças.
O candidato eleito no Brasil, fez várias transmissões ao vivo ameaçando seus concorrentes e seus desafetos. Pode ser blefe? Pode ser e pode ser um teste, afinal, várias pessoas morreram durante a campanha, vítimas do ódio estimulado.
Lina Bo Bardi veio para o Brasil fugindo do fascismo e da guerra.
O Brasil tem uma tradição de governos autoritários. Aqui, para se praticar o ódio e a violência, não é necessário estar em guerra. A injustiça e a falta de transparência são usadas contra os opositores, contra os negros, contra os pobres e contra quem contesta.
Ou o povo reage, ou as instituições são movidas à defender a Democracia, ou passaremos a ser mais uma ditadura no mundo, como a do Egito. O manual dos países ricos para impedir avanços populares está sendo aplicado com sucesso. Por enquanto.
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