Que tristeza, que nós sentia,
cada loja que caía, doía no coração...
Ontem, ao passar pela rua São Bento, indo da Praça Patriarca para o Largo São Francisco, vi que mais uma loja tradicional do centro foi fechada. A loja era a "Bolsas Carioca" e ficava na esquina da São Bento com o Largo São Francisco. Quando comecei a trabalhar no centro, em janeiro de 1970, a loja já existia...
Ao olhar em volta, vi que várias outras lojas também tinham fechado.
Será a "peste negra"?
Ou será a mania de "erguer e destruir coisas belas"?
O quê está destruindo o Centro Velho e o Centro Novo?
Alguns falam que são os "zumbis", que perambulam, "feios, sujos e pedintes agressivos",
outros dizem que foi a migração para Av. Paulista, que está ficando igual ao Centro...
outros dizem que a culpa é dos bancos, que foram para a Berrini e Nova Faria Lima.
Talvez seja todos os fatos juntos e mais alguns.
Será que a Associação Viva o Centro continua viva?
Ou será que, apesar de viva, já morreu?
Vou ver se entro em contato com Marco Antonio,
eterno líder da Viva o Centro.
Enquanto tomava café da manhã, tentava lembrar dos belos e históricos centros culturais no centro:
Casa das Artes, CCBB, Centro Cultural da Caixa, Teatro Municipal, SESC 24 de Maio, Espaço Cultural de dança da Prefeitura, e tantos outros. Casa da Marquesa de Santos, Pateo do Colégio... Edifício Martinelli, Avenida Ipiranga com avenida São João, o Bar Brahma...
Há vários cinemas, bons restaurantes, livrarias.
E mesmo assim o Centro definha...
Os prefeitos "trabalham" no Centro, no edifício histórico do Grupo Matarazzo, com sua arquitetura fascista, da época de Mussolini. E os mendigos dormem nas suas calçadas...
Onde trabalhavam diretorias de bancos, hoje há secretarias do Estado e do Município. Até o prédio da Polícia Federal, no Largo Paiçandú, pegou fogo e os moradores passaram a morar ao redor da Igreja. Igreja que era dos negros escravos, agora é dos moradores de rua e de ocupações.
Como cantava Adoniran: "Que tristeza, que nós sentia..."
E ninguém revitaliza o Centro.
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