E o "Brasileiro Cordial"?
O Estadão de hoje publicou no Caderno Aliás duas ótimas matérias. Uma de capa com entrevista do professor português que dá aula em Londres, sobre o racismo e outra matéria sobre mais um livro publicado em português sobre "As mil e uma noites". O Estadão quando quer, dá banho na Folha.
O livro sobre o racismo chama-se:
Racismos: das cruzadas ao século XX, o autor é Francisco Bethencourt, a editora é a Cia das Letras. O livro tem 548 páginas e o preço é de R$ 74,90.
Vejam como o professor fala coisas que lembram o Brasil:
1 - O que procurei demonstrar no livro é que não existe um racismo atávico inato a todos os seres humanos e que O RACISMO É PRECONCEITO de origem étnica combinado com ações discriminatórias.
2 - O racismo sempre aparece ligado a uma luta pela monopolização dos recursos econômicos, sociais e políticos.
3 o- Há sempre um movimento político por trás de ações racistas.
4 - Os Estados Unidos define raça por hipodescentência, isto é, a pessoa pode ser considerada negra tendo uma ascendência africana muito tênue. No Brasil, a diferença é que não existe essa regra. É o elemento social que predomina. O elemento social predomina.
5 - Numa sociedade como o Brasil as pessoas mais pobres são mais negras e, portanto, essa herança da escravatura se perpetua. Quem nasce com essa origem e não tem oportunidade de subir na escala social está em uma espiral de pobreza.
Já os árabes, continuam nos ensinando...
O artigo do Estadão, no caderno Alias, sobre "AS NOITES DE SHERAZADE E DO REIXARIAR", escrito pelo professor da USP, Flávio Ricardo Vassoler, é uma preciosidade.
O nome do livro é "Livro das mil e uma noites", tradução de Mamede Mustafa Jarouche e a editora é a Biblioteca Azul. O preço é mais acessível R$ 59,90.
Vivemos uma época da humanidade onde o preconceito, o racismo e o ódio estão contaminando a política. Mesmo o Brasil que sempre foi "cordial", liberou seus demônios e agora o ódio está presente em todos os lugares.
Será que estamos precisando de uma "Sherazade"?
"Uma vez um homem misterioso caminhava a esmo por uma estrada vestido com uma roupa grosseira. Súbito, o sapiente Luqman perguntou ao andarilho:
"Quem és tu, ó homem?" Respondeu: "Um filho de Adão".
Perguntei: "Qual o teu nome?". Respondeu: "Tenho de ver como me chamarei".
Perguntei: "O que fazes?" Respondeu: 'ABANDONO O MAL'.
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