Mostrando o outro lado, fora do Brasil
Normalmente a Folha tem publicado o caderno Mundo (Internacional) sempre com uma visão de defesa da política americana, seja ela apoiando golpes,guerras, invasões, boicotes e aplicação do neoliberalismo.
É a prática da ditadura do olhar único, acobertado por uma pretensa liberdade...
Não sei o quê aconteceu hoje, o caderno Mundo vem bem melhor que o caderno internacional do Estadão. Vejam três exemplos:
1 - Nas eleições do Chile
A Folha fez campanha aberta para os conservadores, declarando que Pineda ganharia no primeiro turno. O povo votou diferente do que queria a Folha. Neste final de semana será o segundo turno e, para evitar novo vexame,a Folha publica longa matéria com o candidato socialista, que, aparentemente está atrás em 2%, mas pode ser que ganhe quando for apurar os votos.
Recomendo que leiam a entrevista do candidato apoiado pelos progressistas, Alejandro Guillier.
2 - Eleições na Venezuela
Na parte inferior da página com a entrevista do candidato progressista do Chile, há uma matéria sobre as eleições municipais na Venezuela. Para quem não lembra ou não sabe, a Folha sempre apoiou qualquer iniciativa contra o governo Caves e agora contra o governo Maduro.
Acontece que a Folha considerava Maduro um "cachorro-morto", isto é, um presidente desqualificado e que perderia qualquer eleição que disputasse.
O título da matéria de hoje é: "Sozinhos, chavistas vencem eleições municipais".
Oposição boicota pleito e governistas conquistam 90% das prefeituras venezuelanas.
Depois das eleições para a Constituinte, a oposição vem perdendo força e o governo vem se recuperando. Parece que a Folha não anda acertando seus prognósticos...
3 - Guerra na SÍRIA
Uma matéria rara na Folha. O jornalista Igor Gielow faz uma análise bastante realista, sem adjetivar os personagens, e mostrando que o governo americano errou na forma de se relacionar com a Síria, abrindo espaço para o crescimento de Putin na região.
O título do artigo é: "Putin canta vitória na guerra síria e amplia ação no Oriente Médio".
Fazia tempo que não via na Folha uma análise internacional tão bem feita.
Será que a Folha trocou o editor internacional?
Ou a Folha resolveu aprender com o New York Times?
O importante é que continue melhorando, garantindo a pluralidade e a diversidade...
Quem sabe, com o tempo a Folha também volte a ser plural no noticiário nacional?
Nenhum comentário:
Postar um comentário