Só eleições gerais acalmará o Brasil
Com a implosão do governo ilegítimo de Temer, o Brasil entrou em novo impasse.
É a famosa crise de hegemonia que tomou conta do mundo. Não é apenas uma doença brasileira. Esta doença está nos Estados Unidos, na França, na Inglaterra e outros países menos importantes como os países da América Latina e Oriente Médio.
A direita brasileira, que tem “O MERCADO” como mandante e se comunica com a sociedade através da Globo e da Folha, que orientam os demais meios de comunicação; orientam também o Judiciário e determinam o que o Legislativo deve fazer. Esta direita assumiu o controle do aparelho do Estado e está fazendo tudo que for necessário para impedir que Lula ou outro candidato popular possa voltar a ser eleito.
O conceito de Mercado, como elite dirigente, gestora da economia e dos recursos nacionais é o mesmo conceito antigos de ARISTOCRACIA, Plutocracia, ou governo dos ricos.
No início do século vinte, os conservadores do mundo sentiram-se ameaçados tanto pelo comunismo como pelo fim das MONARQUIAS. Que era uma forma de governo já em decadência desde a Revolução Francesa e a consolidação do capitalismo e da revolução industrial. Esta decadência das monarquias e o medo do comunismo levou o mundo a duas guerras mundiais.
Com a vitória dos americanos e aliados contra o nazismo, ampliaram as experiências de governos capitalistas e governos comunistas. Onde o parlamento se sobrepõe às poucas monarquias que sobreviveram e os governos comunistas que eram fortes militarmente, mas fracos em democracia popular.
No Brasil, como área de controle e influência direta dos Estados Unidos, a democracia sempre foi instável e precária. Com a redemocratização, o Brasil passou a sinalizar para o mundo que ‘O GIGANTE ACORDARA”.
Com a eleição de Lula, a imagem do Brasil melhorou muito perante o mundo. E a qualidade de vida dos brasileiros, sejam pobres ou ricos, melhorou em todos os sentidos. Nunca se ganhou tanto dinheiro no Brasil...
Com a eleição da primeira mulher para presidente, as relações começaram a tencionar e os conservadores acharam oportunidade para dar mais um golpe, derrubando a presidenta. O líder do golpe, Aécio Neves, acabou de ser destituído de suas funções de senador por Minas Gerais e de presidente nacional do PSDB.
Depois deram outro golpe dentro do golpe, quando os golpista subordinaram-se ao MERCADO e passaram a aprovar REFORMAS DESTRUIDORAS do Bem Estar Social que o Brasil tinha e que vem sendo destruído pelos governos do PSDB e agora pelo golpista Temer.
Estamos vivendo um terceiro golpe.
Com as denúncias de corrupção no governo Temer, com gravações e tudo mais, a tendência é a renúncia ou o impeachment de Temer. Como não há vice-presidente, os golpistas querem eleição indireta e botar um gerente para continuar as reformas destruidoras que o MERCADO exige. Está escrito nos jornais de hoje: O MERCADO exige que as reformas sejam aprovadas. NÃO É O POVO QUE DECIDE. Quem decide é o Mercado.
Para contribuir com o debate sobre as formas de Democracia que existem ou existiram na história, passo a relatar algumas informações importantes para a tomada de decisão.
Minha dúvida é: O povo vai exigir que o governo seja do Povo, ou o povo vai submeter-se ao MERCADO? Este processo de estabilização democrática se dará com mortes e violências ou seremos capazes de construir um Acordo Nacional pela consolidação da Democracia no Brasil? Faremos a opção democrática ou a opção venezuelana?
Como devemos “Orar e Vigiar”, acrescento abaixo informações valiosas que nos ajudarão a escolher o melhor caminho para o Brasil.
Formas de Democracia
Plutocracia – governo dos ricos ou privilegiados. Governo do MERCADO.
Aristocracia - governos dos nobres, latifundiários, MERCADO (empresas e bancos)
Democracia – governo do povo, com o povo e para o povo
Cidadania Democrática – define quais pessoas são elegíveis e eleitores.
Por exemplo, há também democracia étnicas, como Japão e vários países árabes, Israel também é uma espécie de democracia étnica. As mulheres só passaram a votar a partir do século passado (século 20).
O sufrágio universal, cada pessoa adulta um voto, só foi generalizado no mundo a partir da revolução russa em 1917 e da derrocada das monarquias. Os países europeus com as guerras e as perdas das colônias, tiveram que fazer concessões ao povo e entre estas conquistas do povo estava o voto popular e universal.
A evolução do voto no Brasil
No site institucional do TSE, ao abordar “A evolução do voto no Brasil”, a primeira frase que aparece é: “VOTAR É UM PRIVILÉGIO.
O privilégio de votar é uma das maiores conquistas do cidadão brasileiro.
Originalmente, apenas pessoas de pele BRANCA, do sexo MASCULINO e maiores de25 anos podiam ser eleitores no Brasil.
Com o tempo e a evolução da legislação, corrigiu-se a injustiça que afastava das urnas de votação: MULHERES, NEGROS , ANALFABETOS, RELIGIOSOS E INDÍGENAS.”
Eu sempre achei que VOTAR É DIREITO, não privilégio...
Em 1824, depois da independência do Brasil em 1822, foram convocadas eleições para elaborar uma nova Constituição, com a cara do Brasil e não mais de Portugal.
As eleições foram indiretas para Câmara e Senado, com dois turnos. No primeiro, votava apenas quem possuísse renda mínima anual de 100 mil-réuis, quantia bem considerável para um país onde mais da metade da população era escrava. Para poder ser eleito no segundo turno, cada pessoa tinha que ganhar ao menos 200 mil-reis por ano. (O Globo) A eleição era exclusivamente um terreno branco e masculino.
Com a proclamação da República, as eleições passaram a ser diretas, mas tinham que saber ler e escrever. Em 1896, apenas 292 mil votariam para presidente, cerca de 2% de todos os brasileiros.
Somente em 1985 os analfabetos voltaram a ter direito a voto.
A república se tornou velha em 1930, com a subida de Getúlio Vargas ao poder.
Foi a Revolução de 1930. Em 1932 foi criada a Justiça Eleitoral brasileira e o Código Eleitoral do Brasil.
Vargas instituiu o voto secreto e obrigatório, além do sufrágio FEMININO.
Estes avanços democráticos foram suspensos com o Estado Novo, ditadura varguista e restabelecidos com a Constituição de 1946.
Esta prática democrática foi NOVAMENTE interrompida em 1964, com o Golpe Militar.
Com a redemocratização do Brasil 21 anos depois (1964-1985), voltamos a ter NOVA CONSTITUINTE, onde foram estabelecidas novas bases para a democracia no Brasil, destacando-se as liberdades partidárias, inclusive para a esquerda.
Em 2016, voltamos a ter mais um GOLPE no Brasil e o país voltou a ter um governo não eleito pelo povo com uma prática de atender somente aos empresários e aos religiosos conservadores.
Na eminência de mais um Impeachment no Brasil (será o terceiro em poucos anos), a democracia está novamente ameaçada pelo MERCADO, a nova forma de se chamar a Aristocracia. E o povo, ah, o povo, não sabe governar, dá trabalho, despesa e dor de cabeça, além de se corromper facilmente. Os conservadores não gostam de pobre, nem querem acabar com a pobreza.
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