Juca Kfouri
faz gol de placa contra a corrupção
O melhor
artigo de hoje sobre a corrupção que assola o país não está nas páginas de
política, está no caderno de Esportes na Folha de S.Paulo.
Juca Kfouri
escreve sobre a corrupção no futebol e no Brasil como um todo e lamenta que, no
caso do futebol, só aparece a corrupção porque o principal corruptor e corrupto
achou que morar nos Estados Unidos não corria risco, se a corrupção fosse no
Brasil e usado o dinheiros nos States...
O FBI, dos Estados
Unidos, não a PF – Polícia Federal do Brasil, rastreou a sonegação e a fraude e
pegou tanto a CBF como a FIFA.
Aqui no
Brasil, a corrupção de vez em quando vira notícia e depois esfria, volta ao
normal. Isto é, a corrupção continua e alguns são punidos por disputa de
mercado.
Como diz
Juca Kfouri, “Causa vergonha constatar que nós, brasileiros, convivemos com tal
estado de coisas por anos a fio, ou melhor, por décadas, sem que as autoridades
nacionais, da polícia ao judiciário, tomassem providências”.
Peguem os
artigos de Juca Kfouri e de Jânio de Freitas, na Folha de hoje, pode até
incluir o de Hélio Gaspari e teremos um tripé de demonstração de quanto a nossa
história está contaminada com a corrupção e a impunidade. E esta doença não
será curada nem pelos políticos, nem pelas operações Lava a Jato, nem pela
Polícia Federal. Estão contaminados politicamente e comprometidos com a
parcialidade.
Precisamos
de uma Nova Constituição e de uma Nova Estrutura de Poderes. Com a palavra
final sendo do Povo Brasileiro. Nas urnas. Enquanto isto não acontece, vai o
Troféu Osmar Santos para... JUCA KFOURI. Leiam seu ótimo artigo de hoje:
O pecador se confessa
Folha –
Juca Kfouri - 18/10/2015
Deveria causar grande alegria a quem sempre denunciou o submundo do futebol que toda a podridão seja revelada como o FBI está a proporcionar.
Deveria, mas não
causa.
Causa, em primeiro
lugar, vergonha constatar que nós, brasileiros, convivemos com tal estado de
coisas por anos a fio, ou melhor, por décadas, sem que as autoridades
nacionais, da polícia ao judiciário, tomassem providências.
Ao contrário, não
poucas vezes foram cúmplices e protegeram os meliantes.
Em segundo lugar, dá
raiva.
A raiva de ver em
inglês muito do que se ouviu e publicou em português, como se fosse grego.
No arrependimento é
possível crer, mas num arrependimento diferente daquele das pessoas decentes
que erram.
O arrependimento do
maior corruptor do futebol das Américas é por não ter sabido parar. É por ter
escolhido um comparsa, outro, mais um e mais outro, até ser pego.
As desculpas ele deve
aos seus e aos que está traindo.
Quem ouviu um dia
dele que o jogo é jogado e é sujo não desculpa nem se arrepende de ter exercido
a marcação cerrada que ele mereceu.
Quem um dia disse a
ele que era estranho seu súbito enriquecimento apenas comprova o que sempre
soube.
Ou quem um dia soube
dele, ainda nos anos 1990, que tinha de acordar cedo, antes de seus filhos,
para pegar esta Folha e
evitar que eles lessem uma certa coluna no caderno de Esporte, não se
surpreende com nenhuma revelação que o FBI possa fazer e que o incrimine ainda
mais assim como a seus parceiros.
Basta, aliás, dar um
Google nas imagens dele para verificar quem o cerca nos convescotes, com as
raras exceções de alguns inocentes úteis.
Que a Fifa se exploda
é uma questão internacional da qual os juízes suíços certamente saberão tratar.
Em nosso quintal são
outros 500.
A esmagadora maioria
dos cartolas e seus apaniguados que aí está não é digna que se compre dela um
carro usado –também com as exceções de praxe, de gente que quer mudar o estado
de coisas que nos assola, embora ninguém da CBF, registre-se.
Em meio ao mar de
lama e depois do 7 a 1, jamais o futebol brasileiro teve chance tão grande de
recomeçar do zero, com a casa limpa, sem os acordos pornográficos que vemos na
política.
Para tanto, será
necessário que as grandes empresas envolvidas com o futebol tenham coragem e
espírito cidadão, além de tino comercial, para fazerem a necessária renovação
que o século 21 está a exigir lá se vão 15 anos.
J. Hawilla, então,
terá motivos de sobra para se arrepender, com tornozeleira eletrônica ou sem,
ao constatar que poderia ter enriquecido honestamente.
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