Santander é maior que Itaú e Bradesco juntos
Como acaso não existe...
Depois de a
imprensa brasileira dar ampla cobertura sobre a venda do HSBC no Brasil e na
Turquia; sobre os potenciais compradores no HSBC Brasil; e a possibilidade de o
Santander ficar fora da disputa nacional, hoje saiu grande reportagem sobre o
Santander no jornal Valor, que publica caderno especial do The Wall Street
Journal Americas.
A ampla reportagem, feita diretamente em
Santander, na Espanha, é só elogios ao Santander e à sua presidente, Ana Botín.
O mais curioso da reportagem é o destaque dado ao fato de o Santander ser maior
do que o Itaú e Bradesco juntos.
Os
ativos do Santander chegam a US$1,5 TRILHÃO de dólares!
Vai
dar para encarar?
Leiam abaixo parte da matéria sobre o Santander
e sua presidenta!
Ana Botín rompe com
legado do pai
e tenta criar o Santander do século XXI
The Wall Street Journal
Americas – Valor
Por
JEANNETTE NEUMANN, de
Santander, Espanha
quinta-feira, 11 de
junho de 2015 00:05 EDT
Desde
que assumiu o comando do Banco Santander SA, SAN +0.20% Ana
Botín vem reformulando a estratégia da instituição e a equipe executiva montada
pelo seu falecido pai, a quem ela costuma se referir como “o ex-presidente”.
Dando
poucos sinais de nostalgia, a executiva de 54 anos está modernizando um banco que tem US$ 1,5 trilhão em ativos
— mais que Itaú Unibanco SA ITUB4.BR -1.40% e Bradesco SA BBDC4.BR + 0.96% juntos
—, mas que investidores, analistas e executivos de bancos dizem que ficou para
trás em termos de padrões financeiros e de governança durante os quase 30 anos
em que foi liderado por Emilio Botín.
No cargo de presidente executiva do conselho de administração
desde que seu pai morreu, em setembro do ano passado, ela trocou o
diretor-presidente, homem de confiança do pai, e mudou os cargos de quase
metade da cúpula executiva. Ela começou 2015 vendendo 7,5 bilhões de euros (US$
8,48 bilhões) em ações do banco, numa resposta às críticas de investidores de
que seu pai havia negligenciado o balanço. Ela colocou novas equipes no comando
de algumas unidades, inclusive nos Estados Unidos, onde o Santander foi
reprovado em dois testes do Federal Reserve, o banco central americano, que
analisaram a saúde de suas finanças.
Ela
também rompeu com o legado de grandes aquisições deixado pelo pai, cuja
estratégia fez do banco uma potência. O Santander é hoje o segundo maior banco
da Europa em valor de mercado, atrás do HSBC Holdings HSBA.LN -0.34% PLC,
e seus ativos se comparam aos dos americanos Citigroup Inc. C +0.56% (US$
1,8 trilhão) eWells
Fargo WFC +0.49% &
Co. (US$ 1,7 trilhão). O Santander tem uma base de clientes que cobre dez
países na Europa e nas Américas, inclusive EUA e Brasil.
Mas
Botín diz que está na hora de priorizar a melhora dos serviços e atrair novos
clientes. “Precisamos mudar nosso modo de administrar bancos” e a “cultura”,
disse ela numa entrevista ao The Wall Street Journal em
Londres. “Se fizermos isso direito, podemos ter um impacto enorme.”
A capacidade de liderança de Botín, que assumiu o papel incomum
de líder executiva num setor dominado por homens, é raramente posta em dúvida
por analistas, mesmo aqueles que viram a promoção dela ao cargo como um ato de
nepotismo. Botín, dizem eles, teve uma preparação sem paralelo como a mais
velha de seis filhos — é membro do conselho do Santander desde 1989 e liderou a
unidade do banco no Reino Unido.
“Ela conhece a máquina de trás pra frente e foi treinada para
ser a líder”, diz Joseph Oughourlian, da firma londrina de fundos de hedge
Amber Capital, que detém ações do Santander. Respondendo às acusações de
nepotismo, Botín disse que é qualificada e dá como exemplo os executivos
talentosos que contratou e sua bem-sucedida gestão no Reino Unido.
Entre os desafios que ela enfrenta estão os problemas
regulatórios nos EUA, a desaceleração da
economia brasileira e a baixa demanda por empréstimos na Espanha.
O Santander foi fundado em 1857 por um negociante na cidade
portuária de Santander. Rafael Botín Aguirre tornou-se diretor administrativo
em 1985. Seu sobrinho Emilio Botín López, bisavô de Ana Botín, revezou na
presidência do conselho a partir de 1909. Em 1923, o avô de Ana assumiu o posto
em caráter permanente, seguido pelo pai dela.
Botín,
que também nasceu em Santander e estudou na Universidade de Harvard, nos EUA,
trabalhou durante oito anos no banco americano J.P. Morgan. JPM +0.56%
Ela entrou no Santander em 1988, dando início a uma carreira que
alternou sucessos e reveses.
Ela liderou aquisições
para expandir a presença do Santander no setor de banco de varejo da América
Latina, mas não conseguiu torná-lo um grande participante na região.
No Brasil, por exemplo, apesar de ser o maior banco estrangeiro, o Santander está bem atrás dos rivais. O banco encerrou 2014 com um patrimônio líquido de R$ 58,2 bilhões, contra R$ 81,6 bilhões do Bradesco e R$ 103 bilhões do Itaú Unibanco, segundo dados do Banco Central.
No Brasil, por exemplo, apesar de ser o maior banco estrangeiro, o Santander está bem atrás dos rivais. O banco encerrou 2014 com um patrimônio líquido de R$ 58,2 bilhões, contra R$ 81,6 bilhões do Bradesco e R$ 103 bilhões do Itaú Unibanco, segundo dados do Banco Central.
Em 1998, na tentativa de fincar um pé na Ásia, Ana Botín
aproveitou turbulências econômicas lá para contratar 150 analistas de ações de
uma firma de Hong Kong. O negócio não teve um bom desempenho e ela acabou
demitindo os profissionais.
Por outro lado, sua passagem pelo Santander do Reino Unido, de 2010 a 2014, é amplamente vista como bem-sucedida. O lucro líquido da divisão nos primeiros nove meses de 2014, o último período em que ela estava na liderança, subiu 50% ante igual período do ano anterior, para 1,12 bilhão de euros.
Por outro lado, sua passagem pelo Santander do Reino Unido, de 2010 a 2014, é amplamente vista como bem-sucedida. O lucro líquido da divisão nos primeiros nove meses de 2014, o último período em que ela estava na liderança, subiu 50% ante igual período do ano anterior, para 1,12 bilhão de euros.
(Colaborou Anupreeta Das.)
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