Não subestimem o Itaú
Os jornais voltaram a informar sobre a venda do HSBC no
Brasil. O assunto pegou fogo depois do comunicado da matriz em Londres falando
da venda das filiais no Brasil e na Turquia, além das dezenas de milhares de
demissões.
No Brasil, os sindicatos dos bancários fizeram manifestações
e greves na defesa do emprego. A direção do HSBC no Brasil soltou comunicado
afirmando que não haverá demissões no Brasil e aceitou reunir-se com a direção
nacional dos bancários para falar sobre o assunto.
Ao mesmo tempo a imprensa fala sobre os possíveis
compradores:
Bradesco, Itaú e Santander.
Se, por um lado, o Bradesco tem tudo a
ganhar com a compra do HSBC, o Itaú não deve estar gostando da ideia de o Bradesco
ficar quase do mesmo tamanho do Itaú. Já o Santander, precisa agregar mais um
banco para poder continuar competitivo no varejo. Talvez tenha até mais
dinheiro do que os bancos brasileiros para comprar o HSBC, mas não sei se teria
tanta motivação para trazer dinheiro de fora para o mercado brasileiro em época
de crise e de recessão.
Podemos ter vários
desdobramentos:
1 – O Itaú, por ter mais dinheiro disponível, comprar o
banco, só para não deixar o Bradesco comprar; ou
2 – O Itaú, durante o leilão, forçar a competição levando o
Bradesco a pagar mais caro do que vale efetivamente o HSBC, só como forma de
desestimular o Bradesco a comprar. Deixando o banco para o Santander.
3 – Se o Itaú facilitar as coisas para o Santander, o
mercado pode ganhar mais competitividadade e a distância entre o Bradesco e o
Itaú continuar a mesma.
4 – Na verdade, quem vai decidir o leilão vai ser a intenção
efetiva do Bradesco. Pagar caro para comprar um banco ou continuar crescendo
organicamente? O problema não está em Basileia...
5 – Já o Banco Central e o governo, também precisam definir se
vai fortalecer os bancos brasileiros ou abrir o mercado financeiro de varejo
para os estrangeiros.
Até agosto, cada dia será um dia...
Igual ao ajuste fiscal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário