Fiat Lux na Folha
De vez em
quando acontece um surto de luz na Folha e o jornal faz uma boa reportagem.
Desta vez fizeram uma boa pesquisa sobre o racismo no Brasil, particularmente
sobre a exclusão dos negros entre a elite nacional.
Sempre
defendi que a quota para negros nas escolas, trabalho e instituições é mais
relevante que a quota para mulheres. Embora ambas sejam importantes. Defender quota para mulheres, independente
de classe, é bem mais fácil. Mas, defender quota para negros e negras, principalmente
os de baixa renda, aí a conversa é outra.
O Brasil é racista e preconceituoso.
Por que
nem as esquerdas nem os acadêmicos defendem quotas para negros no Brasil?
Nunca
entendi isto. Como sou baiano, a importância dos negros na sociedade sempre
esteve mais presente na Bahia do que em São Paulo e no Sul do Brasil. Mas a questão do
negro no Brasil não pode ficar restrita à Bahia e ao Rio de Janeiro. Ela é
nacional e imediata.
Mesmo na
CUT e no PT, onde já aprovaram paridade entre homens e mulheres, a questão
racial continua em segundo plano.
A Folha
está de parabéns com sua pesquisa. Quem quiser mais detalhes pode entrar no
site do jornal ou no UOL. Vejam parte da matéria de hoje.
Desigualdade no Brasil
Folha
S.Paulo – 08/06/2015
Negros são 50,7% da
população, mas ainda são pouco presentes na elite
brasileira. O que se constata nos passeios pelos redutos da elite paulistana
bate com o levantamento feito pela Folha com 1.138
profissionais em postos de destaque na política, saúde, artes, Judiciário,
universidade e política.
O Brasil
está entre os 15 países com maior desigualdade no mundo. Embora a vida dos mais
pobres tenha melhorado na última década, não há consenso se diminuiu o abismo
entre os que estão no alto e na base da pirâmide social.
A 59ª turma de trainees da Folha foi atrás de origens, efeitos e possíveis soluções de nossa disparidade social. O resultado é este especial multimídia, com dez reportagens e sete vídeos.
Com metade da população,
negros são só 18% em cargos de destaque no
Brasil
Folha S.Paulo –
08/06/2015 - ADRIANO MANEO e THIAGO AMÂNCIO
DA EDITORIA DE TREINAMENTO
DA EDITORIA DE TREINAMENTO
Sexta-feira, 19h, entrada da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Por ali passam, nos 30 minutos que antecedem as aulas da noite,
356 brancos, 75 pardos, 16 amarelos e seis pessoas de pele negra.
Sábado, 14h45, entrada do bloco C do hospital Sírio-Libanês.
Passam pela catraca 195 pessoas: 169 brancos, 14 pardos, seis amarelos e seis
pretos. Desses últimos, um é segurança.
Domingo, 13h20, praça de alimentação do shopping Iguatemi de São Paulo, um dos mais luxuosos da cidade. 147
pessoas almoçam no local: 137 brancas, sete pardas e três amarelas. Nenhum negro.
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