Oposição não esperava tanto crescimento de Dilma
e achava que
seria fácil repetir a magia do primeiro turno.
Temos que atuar mobilizados em duas frentes:
1 – Continuar
pedindo o voto do povo brasileiro;
2 – Aumentar a
fiscalização e controle sobre as Urnas Eletrônicas.
Depois da
denúncia do jornalista econômico Luiz Nassif, vejam esta grande entrevista do
esplecialista em informática e sociólogo, Sergio Amadeu. Mesmo sendo longa,
vale a pena tomar conhecimento de tudo.
Insegurança Eleitoral
‘LISURA DA VOTAÇÃO
ESTÁ NAS MÃOS DE EMPRESAS
PRIVADAS’
Site
Brasil 247 – 23/10/2014
Sociólogo
Sergio Amadeu da Silveira, da
Universidade Federal do ABC, coloca em discussão o desconhecimento na
fiscalização do processo eletrônico brasileiro, problema que traz
"incerteza", segundo ele;
"Quem
poderia fraudar a vontade popular e alterar os resultados coletados nas urnas
eletrônicas?
Respondo
com clareza: aqueles que têm acesso a elas.
Quem tem acesso às urnas? As empresas
terceirizadas pelo TSE e pelos TREs para cuidar do processo eleitoral",
pontua Amadeu; ele defende que "essa situação de incerteza e opacidade
precisa definitivamente mudar"
23
DE OUTUBRO DE 2014 ÀS 12:53
247 – "O
fato de as pessoas não saberem como fiscalizar o processo eletrônico não é sinônimo
de segurança, ao contrário, é uma situação de incerteza". A discussão é
colocada pelo sociólogo Sergio Amadeu da Silveira, da Universidade Federal do
ABC (UFABC). Ele defende que essa
situação "precisa definitivamente mudar".
Segundo
Amadeu, a lisura do resultado das eleições está nas mãos de empresas privadas
terceirizadas, que são contratadas pelo TSE e pelos TREs para cuidar do
processo eleitoral e, portanto têm acesso às urnas eletrônicas.
Leia
abaixo seu artigo sobre o assunto:
LISURA DAS ELEIÇÕES
ESTÁ NAS MÃOS DE EMPRESAS PRIVADAS
E
se as pesquisas do dia anterior ao primeiro turno e a própria pesquisa de boca
de urna não estivessem erradas?
Chamou atenção as disparidades entre as pesquisas e os resultados eleitorais. Essa
dúvida não poderia existir.
Muitos
pesquisadores têm questionado as inúmeras incertezas do processo
eleitoral brasileiro chamado simplificadamente de "urna eletrônica".
O
fato das pessoas não saberem como fiscalizar o processo eletrônico não é
sinônimo de segurança, ao contrário, é uma situação de incerteza.
Como a democracia depende de
legitimidade,
resolvi escrever esta breve consideração sobre a votação brasileira.
Vou direto ao ponto. Quem
poderia fraudar a vontade popular e alterar os resultados coletados nas urnas
eletrônicas?
Respondo com clareza: aqueles que têm acesso a elas.
Quem tem acesso às urnas? As empresas terceirizadas pelo TSE e pelos TREs para
cuidar do processo eleitoral.
Como poderia ocorrer uma fraude?
Por
exemplo, na urna eletrônica? Vamos
ver como a Justiça eleitoral define a urna utilizada:
"A urna eletrônica é
um microcomputador de uso específico para eleições, com as seguintes
características: resistente, de pequenas dimensões, leve, com autonomia de
energia e com recursos de segurança".
Como
qualquer computador, para ele funcionar
depende de um programa, ou seja, de um software. Se os softwares não foram
auditados, eles podem conter rotinas que, quando
acionadas, alteram o resultado da votação.
O
eleitor confirma o seu voto e depois ele poderia ser modificado no resultado
geral da urna.
Como
não há a impressão simultânea do voto em papel, em caso de suspeita ou dúvida, não é possível fazer uma recontagem
para saber se o que o eleitor votou é o que foi computado na urna.
Como não temos a impressão
simultânea, é
possível saber se alguém inseriu alguma rotina maliciosa nas urnas de uma zona
eleitoral?
Antes de inserir os softwares
nas urnas eles deveriam ser auditados. Eles foram?
As
informações que tenho é que apenas o PDT participou de auditoria do processo de
lacração das urnas, mas não analisou todos os softwares que foram nelas
embarcados.
A fraude só pode ocorrer
alterando o programa das urnas?Não.
Pode acontecer também na
transmissão de
dados para a central de totalização de votos. Pode ocorrer na manipulação dos pen drives que contêm
alguns resultados e em outras fases do processo.
Enfim, existem diversos pontos
importantes de checagem e de controle. Repare que o governo federal não
têm acesso as urnas.
Quem tem acesso é o Poder
Judiciário.
Na
verdade, os juízes e funcionários
públicos da Justiça Eleitoral não são técnicos em informática e em segurança da
informação.
Por
isso, quem cuida das urnas, do software, da transmissão de dados são empresas terceirizadas que foram
contratadas pelo TSE e pelos TREs.
Desse
modo, hoje, a democracia brasileira e a
lisura do pleito estão nas mãos de empresas como a Modulo Security, Engetec e
outras.
Esperamos
que todos os cuidados sejam tomados por elas. Mas temos que ficar vigilantes e desconfiados.
Acho
que todos os técnicos que trabalham neste processo deveriam ter seus nomes
publicados e, assim como os funcionários públicos de determinados cargos, ter
suas declarações de renda enviadas, antes e um ano depois do pleito. Os donos
dessas empresas deveriam ser conhecidos, pois deles dependem a garantia da
vontade popular.
Podemos fiscalizar essas
empresas até domingo? Não.
Mas estamos atentos.
Vamos
deixar bem claro que sabemos que eles são os responsáveis pelo processo. Vamos
também ficar de olho no "inserator", rotina encontrada na urna e que
permite inserir scripts que poderiam ser validados pela criptografia do
sistema, conforme alertado pela Petição TSE Nº 23.891.
Essa
situação de incerteza e opacidade precisa definitivamente mudar. Por
isso, quando acabar essas eleições precisamos realizar um amplo processo de
debate público sobre o processo eleitoral.
Não
podemos depender da "bondade e ética" de empresas. Precisamos de
controles e transparência do processo para toda a sociedade. - Sérgio
Amadeu da Silveira é sociólogo e professor da Universidade Federal do ABC
(UFABC).
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