Em pleno 2014,
ainda matam sindicalistas no
Brasil
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NOTA DE PESAR E REPÚDIO
CONTAG lamenta duplo
homicídio em MT e exige providências
para mais estes crimes contra
trabalhadores(as) rurais
17/08/2014
A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
(CONTAG) vem a público manifestar sua indignação, revolta, tristeza e pesar por
mais um crime envolvendo trabalhadores(as) rurais no estado do Mato Grosso.
Nesse sábado, 16 de agosto, ocorreu um duplo homicídio no distrito de Guariba,
município de Colniza/MT.
As vítimas foram Josias Paulino de Castro, 54 anos, e sua
esposa Ireni da Silva Castro, de 35 anos. Josias era o presidente da Associação
“Aspronu” – Projeto Filinto Müller. O casal de trabalhadores rurais foi
assassinado com vários disparos de arma de fogo calibre 9mm (arma de uso
exclusivo das Forças Armadas).
Josias, como presidente da Associação “Aspronu”, lutava pela
legalização das terras do Projeto Filinto Müller e denunciava as emissões irregulares
de títulos definitivos dessa área em nome de fazendeiros e empresários da
região.
A partir dessas denúncias, cuja a última foi feita em 5 de
agosto, durante reunião com o Ouvidor Agrário Nacional, Gercino José da Silva,
Josias passou a ser alvo dos que queriam extrair madeira ilegalmente, de
supostos políticos denunciados pelo presidente da associação, da Polícia
Militar e do presidente do Instituto de Terras do Mato Grosso (Intermat).
Por várias vezes, nesta última reunião, Josias afirmou a existência
de pistoleiros na região e afirmou, ainda, que nunca foram tomadas
providências. “Estamos morrendo, somos ameaçados, o Governo do Mato Grosso é
conivente, a PM de Guariba protege eles, o Governo Federal é omisso, será que
eu vou ter que ser assassinado para que vocês acreditem e tomem providências”,
disse Josias.
A CONTAG alerta as autoridades sobre o aumento da violência
no campo contra trabalhadores e trabalhadoras rurais devido aos conflitos
agrários. No último dia 13 de agosto, também no estado do Mato Grosso, foi
assassinada Maria Lucia do Nascimento, assentada e ex-presidente do Sindicato
dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de União do Sul.
Portanto, a Confederação exige providências para punição dos
responsáveis e proteção aos trabalhadores(as) rurais que continuam ameaçados.
Josias, por exemplo, já havia solicitado proteção devido às ameaças recebidas.
Até quando vamos continuar vendo os homens e mulheres do campo perdendo suas
vidas por denunciarem irregularidades, agressões e por lutarem por direitos e
uma vida melhor? Precisamos por um fim à impunidade no campo!
Exigimos proteção para os companheiros e companheiras que
continuam na luta e uma investigação rápida para a punição, tanto dos
executores quanto dos mandantes desse crime bárbaro.
Reafirmamos que a solução definitiva dos conflitos pela posse
da terra é a realização de uma reforma agrária, ampla e massiva e capaz de
democratizar a propriedade da terra e criar bases para a construção da mudança
do atual modelo de desenvolvimento que é excludente, predatório, concentrador
da terra, da renda e do poder por um modelo sustentável e solidário.
Brasília, 17 de agosto de 2014.
A Diretoria da CONTAG
FONTE: Diretoria da CONTAG
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