Noticiário
tendencioso
A Folha apoiar Israel e os Estados Unidos por ser alinhada
com o neoliberalismo e o mundo ocidental é compreensível. Mas a Folha não
questionar a matança de centenas de crianças e de mais de mil palestinos como
está acontecendo na Faixa de Gaza é de uma leviandade internacional.
A Folha, em apoio a Israel, chega ao ponto de enviar um
jornalista a Israel para percorrer um túnel guiado por militares israelenses e põe
como chamada de capa: Túneis do TERROR. O que a Folha não diz na reportagem é
se o seu jornalista à serviço de Israel também entrou no território palestino –
a Faixa de Gaza. O texto da impressão que sim, mas o jornalista não declara...
Nós, leitores, precisamos saber o que a Folha pensa,
como diz sua campanha publicitária. Sem subterfúgios.
Vamos comparar as matérias da Folha neste domingo, com as
matérias do Estadão?
A Folha:
1 – Matéria da Ombudsman mostrando que os simpatizantes de
Israel ficaram indignados com o artigo de Ricardo Melo, por este ter apoiado a
criação de apenas um Estado para judeus e palestinos. Eu não li o artigo de
Ricardo Melo e também não concordo com apenas um Estado. Sou favorável a dois
países, dois Estados livres e soberanos. Um Estado judeu e um Estado palestino.
2 – Jânio de Freitas – Para além das bombas – como sempre um
bom artigo e que nunca coincide com a posição do jornal. É sempre um bom
contrapeso qualificado.
3 – Túneis do Hamas formam “segunda Gaza” – “A Folha
visitou, acompanhada pelo Exército israelense, um trecho de túnel encontrado nos
últimos meses na região de Ein Hashlosha.” Reportagem pró Israel.
4 – Israel e Hamas dizem que combates seguem – das agências
de notícias – mero informe. A única relevância foi o fato de o Exercito de
Israel ter declarado a morte do tenente Hadar Goldin, o jovem tenente de apenas
23 anos, que Israel tinha dito que ele tinha sido capturado vivo pelo Hamas em
território palestino.
5 – O poder do Hamas – Uma pagina inteira demonizando o
Hamas.
O Estadão:
1 – Israel desfaz expectativa por fim de incursão (invasão
do território palestino de Gaza) – autoria de Lourival Santana enviado especial
a Gaza. (Ao contrario da Folha que mandou para Israel).
2 – “Desta vez, nenhum mediador tem relação forte com os
dois lados” – ótima entrevista de Claudia Trevisan, correspondente do Estadão
em Washington, com Nathan Brown, professor da Universidade George Washington,
que estuda movimentos políticos no Oriente Médio desde os anos 80.
3 – Itamaraty decide mandar embaixador de volta a Israel –
governo brasileiro avalia que já cumpriu o gesto político pretendido.
4 – Os israelenses já podem declarar vitória em Gaza? – bom texto
de Joshua Keating.
5 – Por poder, Hamas tolera revés militar – Pagina inteira
do Estadão, com ilustrações e bom texto de Lourival Santana.
Concluindo:
Cada jornal publica cinco matérias sobre o massacre de
Israel na Faixa de Gaza, mas os conteúdos são bem diferentes. A Folha apoiando
Israel e o Estadão mostrando os dois lados, com seus pontos positivos e seus
pontos negativos.
Historicamente, na cobertura internacional, o Estadão sempre
foi bem melhor e do que a Folha. Pena que na política nacional e eleições, a
cobertura do Estadão seja uma vergonha.
Nizan,
Na propaganda da Folha de hoje, vocês da África, reforçam
que a Folha é contra a pena de morte. Muito bom. Mas o noticiário da Folha não denuncia a
matança de crianças e civis na Faixa de Gaza. Fazer publicidade não é fácil!
Vamos continuar a contribuir com a Campanha da Folha e da
África.
Nós queremos mais jornais, revistas, rádios e canais de
TVs.
Nós queremos mais pluralidade e equidade na nossa
imprensa.
Imprensa educativa ajuda o país a ser mais democrático e
mais consciente.
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