Redesenhando Fronteiras
A imprensa está falando do centenário da primeira Guerra Mundial, que começou em 1914 e serviu de parâmetro para redesenhar as fronteiras formais na África, no Oriente Médio e na Ásia. Os países imperialistas da época, a partir do final do século 19, dividiram tribos e povos nestas regiões, seus interesses econômicos e políticos estavam acima das tradições e da História destas regiões.
Depois da 1a. Grande Guerra, veio a segunda, que foi ainda pior do que a primeira, e mais povos tiveram que lutar para libertar-se de resquícios coloniais, como a Índia, Vietnã, as colônias portuguesas na África e tantos outros países.
A América Latina foi preservada como quintal dos Estados Unidos.
E para manter como tal, depois da 2a. Guerra, tivemos as dezenas de golpes militares para impedir que o povo fizesse reformas estruturantes e derrotasse os latifundiários e as oligarquias.
Com o fim do comunismo, aparentemente o mundo ficou refém de um único país: os Estados Unidos. Mas os Estados Unidos já não mandam no mundo como antes e quando intervém militarmente, tem criado mais problemas do que soluções...
O exemplo mais forte atualmente é o caso do Iraque, país milenar, economicamente forte, que era administrado pelos sunitas e após a invasão militar americana foi entregue aos xiitas, em nome de uma "falsa democracia direta".
O resultado desta invasão ao Iraque é que estamos vivendo a eminência de o Iraque ser dividido em três países: Um xiita, outro sunita e um outro curdo. A ironia é que os xiitas, que são maioria da população mas moram na parte mais pobre, ficaria com o mais mais pobre. Os sunitas e os curdos ficariam com as regiões que têm mais petróleo.
Quem vai impedir a implosão do Iraque? Os Estados Unidos? A ONU?
Nenhum deles. Somente o tempo vai mostrar como ficarão as fronteiras nesta região. Mas, tudo indica que o século 21 será o século de redefinição de fronteiras, como já está acontecendo na Europa com vários países.
Novas fronteiras virão...
No século passado o mundo viu uma mesma cidade europeia passar por cinco a sete países diferentes. Como o que se passa na Europa acaba reproduzindo-se mais tarde em outras regiões do mundo, estamos vivenciando os reflexos da Europa e dos Estados Unidos.
Estamos vivendo "A Era das Mutações".
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