Falar dos filhos dos outros é fácil
O mundo moderno convive com os casamentos em crise. Já não se tem filhos como antigamente, nem a vida de casado é tão simples como antigamente.
Casar com casa é o mais recomendável, mas os preços dos imóveis parecem prêmios da megasena, mesmo com o financiamento de longo prazo. Qualquer coisa de 50 metros quadrados custa 500 mil reais. Dá para acreditar?
A festa de casamento também tem preços de imóveis. Outro absurdo.
Ter filhos? Botar em escolas particulares a mil reais por mês, sendo apenas meio período? Pagar babá, faxineira, além de ter que levar e buscar as crianças nas escolas. Como ficam os horários de trabalho? Antigamente tinham as avós que davam coberturas, agora, até as avós trabalham fora, para complementar a renda da família.
Com filhos, o carro fica imprescindível. Só que quem tem carro, também paga IPVA, seguros, multas, gasolina e tantas outras coisas. Outra dor de cabeça.
Outra negociação difícil: Quem cuida da casa, quem cozinha, quem faz as compras, quem tem mais tempo para estudar, além de trabalhar?
Há casos em que um dos dois trabalha sozinho para o outro poder fazer um bom curso numa boa faculdade e, depois de alguns anos de formado, o casal de separa, deixando a impressão de oportunismo do que estudou. A maioria não paga indenização pela “bolsa de estudo”.
E os casos que o casal compra o apartamento, um paga a maior parte e na hora da separação dividem em partes iguais, só para ficar logo livre do outro?
Na maioria dos casos, quem sai mais perdendo são as mulheres. Principalmente quando têm filhos.
E o que tem a ver vida de casal com filhos e tantos afazeres com democracia?
Tudo! Um casal que não tenha o mínimo de respeito mútuo, o mínimo de tolerância com as diferenças, que não saiba dividir tarefas e explicitar os problemas e as carências, um casal assim não sobrevive feliz. Ou se separa ou a vida vira um inferno.
Por isso que sempre digo que “falar dos filhos dos outros é fácil, difícil é criar seus próprios filhos” e “Democracia é como criar filhos”, é muito boa, mas dá um trabalho danado.
Ainda bem que existe o instinto de reprodução e de vida, caso contrário a espécie humana deixaria de existir.
Na democracia também, se não existisse a necessidade de se conviver com todo tipo de gente, as pessoas não conseguiriam manter a liberdade.
E sem liberdade, não há democracia.
E sem vida familiar, não há filhos, nem casamentos, nem felicidade.
Que venha o mês de abril!
Nenhum comentário:
Postar um comentário