Mais uma privatização fajuta de FHC
O Estadão vem publicando com muito mérito uma série de
reportagens sobre a crise da ALL e a tentativa da Cosan de comprá-la. As
ferrovias são estratégicas para agilizar e baixar custos no escoamento das
exportações brasileiras. A Rede
Ferroviária Federal estava em frangalhos e o governo FHC aproveitou isto para
privatizá-la, vendendo a preço de banana, como fez com o Banespa e a Vale do
Rio Doce, além dos Portos. E agora o governo Dilma está sendo obrigado a botar
o BNDES e os Fundos de Pensão para ajudarem a resolver o problema de mais uma
privatização mal feita pelos tucanos e seus aliados.
O mesmo problema estamos tendo com a inflação.
As
privatizações de FHC garantiram em contrato que os preços ficariam indexados,
enquanto a maioria dos agentes econômicos ficariam com preços livros,
desindexados. Este é um dos motivos porque temos uma inflação residual que não
baixa...
Fiquemos, por enquanto, com a Ferrovia...
Cosan deve formalizar nova proposta para adquirir o controle da ALL
Novo acordo não deverá contemplar pagamento
de prêmio aos atuais acionistas; governo deu aval para o BNDES, um dos sócios
da ferrovia, para conduzir as negociações entre os grupos
11 de janeiro de 2014 | 2h 05
O
grupo Cosan deverá formalizar nos próximos dias uma oferta para ter o controle
da América Latina Logística (ALL), segundo fontes ouvidas pelo 'Estado'. A
proposta, que ainda está sendo costurada, será diferente da realizada pela
companhia de infraestrutura, fundada por Rubens Ometto Silveira Mello, em
fevereiro de 2012. Valores e condições mudam. O acordo anterior previa
pagamento de prêmio. O atual não deve ter.
A
decisão da Cosan de retomar as negociações com a companhia ferroviária tem o
aval do governo federal, que mobilizou o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), também sócio da ALL, para conduzir as conversas
entre os dirigentes das duas companhias.
Na
nova proposta que está em discussão, os fundos de pensão que têm participação
na ALL - Previ (Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil),
Funcef (da Caixa Econômica Federal) e o braço de participação do BNDES
(BNDESPar) - deverão acompanhar o grupo de infraestrutura e energia em um
aumento de capital na companhia, considerado necessário para garantir a saúde
financeira e expansão de sua malha ferroviária , segundo fontes. Ontem,
dirigentes da Cosan reuniram-se com o BNDES. Procurada, a Cosan não comenta o
assunto.
As
negociações para a entrada da Cosan no bloco de controle da ALL foram
interrompidas em agosto passado, um ano e meio após o grupo de Ometto ter feito
uma oferta de R$ 896,5 milhões para a compra de 49,1% das ações representativas
do controle da companhia, o correspondente a 5,6% do capital total da empresa.
O prêmio era de R$ 23 por ação. Ontem, os papéis da ALL encerraram a R$ 7,04,
alta de 6,55% no ano. Já nos últimos 12 meses, acumulam desvalorização de 21%.
Proposta inicial.
Originalmente, a proposta foi para a compra de ações dos
acionistas Riccardo Arduini, conselheiro da concessionária, de sua esposa Julia
Dora Koranyi Arduini, e da GMI (Global Market Investments), que representa o
presidente do conselho de administração da ALL, Wilson De Lara. No entanto, os
outros acionistas que também são do bloco de controle - Previ, Funcef , o
BNDESPar e a BRZ ALL -, tinham poder de veto e podiam barrar a operação. Eles
exigiram um rearranjo no qual a oferta da Cosan teria de ser distribuída para
todos.
Nesse
novo acerto, os vendedores iniciais (família Arduini e De Lara) concordaram em
abrir mão de parte de suas fatias em favor dos fundos. Mesmo assim, as
conversas desandaram. Segundo fontes, os acionistas exigiam uma menor
influência da Cosan no bloco de controle e recuaram na decisão de usar parte da
proposta de quase R$ 900 milhões para fazer injeção de capital na ferrovia.
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