Como aderir, sem apoiar o golpe
“Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come…”
Enquanto os partidos, as centrais sindicais, os movimentos sociais, a UNE, as Igrejas e as entidades patronais continuam perplexas, as manifestações vão ampliando suas formas de ação e também vai crescendo a violência por parte de mascarados e portadores de “armas brancas”.
No caso das Centrais Sindicais, é compreensível o dilema.
As reivindicações apresentadas nas manifestações são, na sua ampla maioria, as reivindicações de todos os trabalhadores/as e da própria sociedade.
Se as reivindicações são as mesmas, por que não se juntam?
Por que as águas não se misturam?
O quê pouca gente sabe é que as manifestações começaram convocadas por grupos mais à esquerda das centrais e dos partidos. Mas, depois da repressão violenta contra jornalistas e manifestantes, a grande imprensa convocou o povo para as ruas em protesto contra a PM. Esta, por sua vez, a partir da pressão da imprensa, passou a se “fingir de morta” e deixar o pau rolar.
A partir daí as manifestações sairam do controle dos grupos mais esquerdistas e passaram a ser controladas pelas “Forças Ocultas conservadoras e gollistas”.
A grande maioria dos manifestantes não tem nem idéia do que seja a PEC 37.
No entanto há muitos deles carregando faixas e cartazes impressos em gráficas. Quem confeccionou, imprimiu e distribuiu estes cartazes e faixas. São gerações espontâneas? Surgiram no asfalto?
Eu também sou contra a PEC 37, acho-a uma grande bobagem e inoportuna. O problema do Brasil está na judicialização do país. Os conservadores perderam o controle do Executivo e do Legislativo e aí apelaram para o Judiciário. Tradicionalmente mais conservador em qualquer país do mundo.
Voltando às reivindicações dos trabalhadores, as centrais por dezenas de vezes, as entregaram a Ministros e mesmo a Presidente Dilma. As respostas sempre foram demoradas, poucas efetivas e muitas evasivas ou sequer foram dadas. O exemplo da isenção do Imposto de Renda na PLR foi uma tortura...
Agora, as centrais podem ir para as ruas, aderindo aos manifestantes, fazendo o jogo de desgaste do governo Dilma, ou podem intensificar um processo de negociações, onde o governo obrigatoriamente tem que dar respostas efetivas, tanto para diminuir a pressão das ruas, como para evitar que o movimento sindical vá para as ruas e adira às manifestações e ao golpe. Tudo é possível.
Ouvindo os dirigentes sindicais, a princípio não temos como saber para onde eles vão.
Tanto eles podem ajudar a salvar o governo, como podem abandoná-lo.
Vai, mais uma vez, depender da presidente Dilma.
Vejam estas declarações sensatas do presidente nacional da CUT - Vagner Freitas
25/06/2013 – A partir de parte de texto publicado no site da CUT Nacional
São Paulo – A CUT, as demais centrais sindicais (CTB, Força, UGT, CSP/Conlutas, CGTB, CSB e NCST), e o MST decidiram, em reunião realizada nesta terça-feira (25), em São Paulo, organizar atos conjuntos – do movimento sindical e social - no próximo dia 11 de julho em todo o País – e também os itens da pauta que serão levados à presidenta Dilma Roussef, em audiência que será realizada amanhã (26), no Palácio do Planalto, em Brasília.
“Vamos chamar à unidade das centrais sindicais e dos movimentos sociais para dialogar com a sociedade e construir uma pauta que impulsione conquistas, as reivindicações que vieram das ruas à pauta da classe trabalhadora”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Segundo o dirigente, além de mais investimentos em saúde, educação e transporte público de qualidade, como os manifestantes pediram e que é também uma pauta dos trabalhadores e das trabalhadoras, os atos de julho irão reivindicar o fim dos leilões do petróleo, o fim do fator previdenciário, a redução da jornada para 40 horas semanais sem redução do salário, a reforma agrária e o fim do Projeto de Lei 4330 – “esse PL nefasto que acaba com as relações de trabalho no Brasil e é, na verdade uma reforma trabalhista escondida atrás de uma proposta de regulamentação da terceirização”, de acordo com Vagner.
“O que motivou a população a ir às ruas, a princípio, foi a revogação do aumento da tarifa do transporte coletivo. Concordamos que o transporte coletivo tem de ser subsidiado pelos governos, mas isso não pode impedir investimentos em saúde, educação e segurança e transporte de qualidade para a classe trabalhadora”, apontou o presidente da CUT.
Para ele, o Brasil melhorou muito nos últimos dez anos, mas a melhora foi mais da porta para dentro do que da porta para fora. “A insegurança aumentou, a piora nas condições do ensino e da saúde está fazendo com que o trabalhador gaste as conquistas, os ganhos salariais em escola, saúde e segurança privados”, justificou Vagner.
“Não fizemos as mudanças estruturais necessárias, a reforma agrária não ocorreu, o sistema político está falido, a representatividade não é democrática, as pessoas não são ouvidas, só elegem. A sociedade tem de controlar o trabalho dos políticos depois das eleições,” completou o dirigente.
Plebiscito
Sobre o plebiscito proposto ontem pela presidenta Dilma Rousseff para consultar a população sobre a Reforma Política, Vagner disse que a proposta é positiva porque o povo brasileiro quer participar.
Segundo ele, independentemente do debate técnico sobre a constitucionalidade ou não da consulta popular, a proposta é positiva porque a sociedade tem de ter mecanismos para vigiar.
“Ouvir o povo é importante. Os governantes têm de ter esse tipo de postura – que a presidenta Dilma teve – de, durante seu mandato ouvir os eleitores, isso é democracia representativa”, disse Vagner, esclarecendo sempre que não estava falando da Constituição, de questões jurídicas e, sim, da importância de se ouvir a opinião da população.
“Votar não é dar tutela. Tem de ouvir a voz que veio das ruas e o que veio foi, principalmente, a insatisfação do povo com a prática política pequena, para dentro e não para fora. O povo não aguenta mais e quer participar”, concluiu Vagner.
Minha preocupação maior sera quando o povo, sem entender e manipulados, que a direita fascista tomou conta dos seus supostos anseios por meios de intransigências, vandalismos e agressões gratuitas e ai correrem para suas casas e se esconderem, exigindo ORDEM por o caos instalado nas ruas e na sociedade, e aí companheiro, o pessoal da ORDEM e PROGRESSO pode reaparecer como heróis e paladinos da justiça... Você já viu esse filme.
ResponderExcluirPois é Casé, tambem já vi esse filme.
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